quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Gastos com batata frita são maiores que investimentos em medidas simples para evitar mortes de crianças

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Por CN1

O  CN1 divulga na integra matéria especial  solicitada pela Visão Global a respeito  de uma movimentação feita pela por esta  organização não-governamental convidada para participar nesta quinta-feira (3) como ouvinte da reunião do G20 com o intuito de que o Grupo se atente, também, para urgências como segurança nutricional e alimentar em nível global. 






Visão Global - Todos os dias, 7,6 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade morrem no mundo por causas evitáveis. O número equivale a oito ônibus lotados de meninos e meninas por dia. Enquanto os EUA gastam, anualmente, 13,6 bilhões de dólares em batata frita, com um valor menor que esse (11,8 bilhões de dólares por ano) se alcançaria 90% das crianças em estado grave de desnutrição no mundo, salvando 1,1 milhão de crianças e prevenindo a desnutrição em outras 150 milhões de crianças. 

Certamente, é também papel desse fórum mundial tratar das questões relativas à crise econômica no mundo, porém isso não pode reduzir o compromisso dos países desse mesmo fórum com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), firmados em 2000 para serem executados até 2015. É para que essas questões não sejam esquecidas em meio a discussões sobre como melhorar a economia mundial que representantes da sociedade civil participarão da reunião do G20 em Cannes na próxima quinta-feira (3). 

A Visão Mundial é uma das ONGs convidadas a integrar essa comissão do G20 com quatro representantes dos 100 países nos quais tem sede, dentre eles o Brasil. “Esse grupo é responsável por 90% do PIB mundial e, portanto, tem uma grande influência sobre os países. O papel das organizações não-governamentais é garantir que temas vinculados ao desenvolvimento social estejam garantidos na agenda e a discussão não fique apenas nos temas econômicos. Esses países podem assumir compromissos claros, inclusive financeiros, para reduzir drasticamente a mortalidade infantil e materna e problemas de nutrição globais”, explica o Diretor de Programas da Visão Mundial Brasil, Maurício Cunha, que integra a comitiva da Organização no G20. 

Além de garantir prioridade ao tema da saúde materno-infantil e nutrição, a Visão Mundial também acredita que quatro ações principais devem ser tomadas em conta pelos países membro do G20 para aumentar a segurança alimentar e nutricional nas partes mais pobres do mundo: 

1. Trabalhar com os governos, as Nações Unidas, outros entes transnacionais, a sociedade civil e o setor privado para desenvolver uma estratégia global e mecanismos que garantam uma atenção precoce e respostas efetivas para prevenir a Insegurança Alimentar e a desnutrição.

2. Assegurar que Políticas e Programas de Segurança Alimentar e de Agricultura incluam resultados para aumento da nutrição de mulheres e crianças como um dos pontos fundamentais.

3. Implementar sistemas e mecanismos que reduzam preços extremos e voláteis, incrementando a transparência dos Mercados e reduzindo o impacto dos biocombustíveis no preço dos alimentos.

4. Prover melhor e maior apoio para a agricultura familiar e os pequenos produtores.


CARTA AO MINISTRO GUIDO MANTEGA



A Visão Mundial entregou ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma carta redigida pela World Vision International, parceria da qual a Visão Mundial Brasil faz parte, na qual explicita a urgência de se discutir o tema da segurança alimentar e nutricional no âmbito do G20. Cópia da carta está disponível pelo link: http://www.visaomundial.org.br/files/documentos/2b60c76911867af907cbf30256be3f2a.docx 


SAIBA MAIS
Uma boa nutrição nos países em desenvolvimento pode aumentar a produtividade econômica em até 3%.
Apesar de não terem a responsabilidade exclusiva, os membros do G20 detêm recursos significativos e influência política. Eles estão em uma posição única para garantir que esses meios de influência estejam investidos a longo prazo nos lugares onde mais se precisa para resolver esses problemas.

Custa apenas 42 dólares por família para deter a subnutrição antes que ela comece, enquanto que cinco vezes esse valor é o custo se esperarmos até que essas famílias precisem de ajuda alimentar ou alimentação terapêutica.

Cinco das 10 iniciativas mais efetivas em soluções para o desenvolvimento focam em intervenções em nutrição nos primeiros 1000 dias de vida de uma criança.

A cada ano, 1,5 milhão de crianças nos países em desenvolvimento morrem de diarréia. O simples uso de zinco pode reduzir em 25% as mortes por diarréia.

Dois países do G20 (China e Índia) estão entre os cinco países onde vive metade das crianças raquíticas do mundo. Eles são também países em desenvolvimento que Sarkozy está pressionando para financiar a dívida européia. A Visão Mundial propõe que eles se concentrem em resolver seus problemas de saúde infantil e nutrição.


Ana Drummond Guerra
Assessora de Imprensa - Visão Mundial
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