terça-feira, 18 de junho de 2013

Equipes da TV Globo são hostilizadas durante protestos em São Paulo

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Terça-Feira, 18 de junho de 2013



Depois dos protestos da última 5ª.feira (13/6) em São Paulo, em que o saldo não foi dos melhores para jornalistas, com cerca de 15 profissionais feridos, dois deles atingidos por tiros de borracha na região dos olhos, as manifestações desta 2ª.feira (17/6) na capital paulista foram bem mais calmas para a atuação da imprensa. A exceção ficou para as equipes da TV Globo que tentaram trabalhar durante o evento. 

Em função das críticas à emissora por sua postura na cobertura dos protestos, seus repórteres foram hostilizados verbalmente enquanto tentavam entrevistar os manifestantes. Entre eles, estava o repórter especial e apresentador do Profissão Repórter Caco Barcellos, alvo de muitas críticas e xingamentos de alguns manifestantes mais exaltados. Por orientação da emissora, os profissionais não quiseram comentar o episódio, mas Caco afirmou que fazia parte de seu trabalho passar por esse tipo de situação.

Em decorrência do grande número de profissionais feridos ou que foram alvo da polícia na última semana, a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo chegou a distribuir 70 coletes entre associados para facilitar a identificação por parte dos policiais. 

“É uma atitude vergonhosa ter que usar colete para diferenciar o profissional, mas foi uma decisão tomada em conjunto com os associados para que os policiais não tenham a desculpa de que não sabiam que éramos profissionais trabalhando”, explicou o presidente da entidade Inácio Teixeira, durante a reunião promovida com os associados em frente à estação Faria Lima do metrô, minutos antes do início da manifestação. 

Em entrevista a este Portal dos Jornalistas, ele explicou que não era a favor dessa iniciativa, mas que a decisão respeitou a vontade da maioria dos associados.

A distribuição de coletes também havia sido sugerida na manhã desta 2ª.feira pela Secretaria de Segurança Pública aos jornalistas que fossem cobrir o evento, mas ela foi prontamente rechaçada pelos profissionais. 

“O Governo do Estado ofereceu coletes mas os jornalistas recusaram, inclusive os apelidando de ‘abadá da bala’, nome que eu acho bastante adequado. Não é possível que jornalista tenha que usar colete para o policial saber em quem ele mira e atira”, comentou o editor da CartaCapital Lino Bocchini. Vale lembrar que a revista teve um repórter, Piero Locatelli, preso durante os protestos da semana passada por portar vinagre em sua mochila, substância que segundo profissionais que atuam na cobertura dos eventos facilita a respiração durante ataques de bombas de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta. O repórter foi liberado no mesmo dia e esteve presente nas manifestações desta 2ª.feira.

Por: Fernando Soares e Mariana Ribeiro/Portal dos Jornalistas
Foto: Vinícius Ribeiro/Edição CN1
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