Sexta-Feira, 22 de novembro de 2013
Algumas pessoas com quem conversei estranharam a ausência do vereador Marcelo Menezes na histórica sessão da Câmara de Chapadinha que aprovou o projeto de lei do concurso público municipal. Entendo a reação dessas pessoas, afinal de contas Marcelo é um dos parlamentares mais polêmicos desta legislatura e um dos críticos mais ferrenhos do atual governo, mesmo com aliados e parentes ocupando cargos na administração.
Nas últimas semanas, Marcelo e seu pai Isaías Menezes foram fotografados em reuniões políticas com os principais líderes oposicionistas locais - cenas que foram amplamente divulgadas e comentadas nos principais blogs da oposição. As afinidades entre pai e filho e a turma do Baleco, portanto, não são mais segredo para ninguém. Nem eles fazem questão de esconder. Esperava-se, pois, nesta quinta um Marcelo explosivo e aguerrido, bradando contra o governo e ajudando a engrossar o coro dos canibais.
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Foto: blog do Alexandre |
No entanto, apesar de nada disso ter acontecido, não vejo razão para duvidar da palavra do nobre parlamentar. Primeiro, porque doença é doença, e infelizmente não se pode marcar o dia em que ela chega, mesmo quando a danada insiste em querer nos perturbar justamente na véspera de um dia importante como foi o dia 21. Segundo, porque até onde eu sei Marcelo Menezes sempre manteve a palavra em seus compromissos políticos (que o diga a prefeita Belezinha, que já teve a oportunidade de constatar a fidelidade do vereador quando da eleição para presidência da Câmara).
Além do mais, não precisa ser médico nem secretário de saúde para perceber que Marcelo não anda lá cem por cento. Basta ver algumas fotos de suas últimas aparições na Câmara para constatar que o tempo – esse algoz implacável! – já começou a estender sua mão pesada sobre os ombros do antigo playboy. Não que isso tenha lhe trazido alguma maturidade, é claro. Não é isso. Os anos apenas o deixaram com um ar mais grave, típico de meninos que de repente viram anciãos.
O medo agora de muitos de seus fãs, inclusive deste escriba, é que, com a disputa entre governo e oposição cada vez mais acirrada e com os ânimos cada vez mais exaltados, o nobre edil não aguente tanta pressão – ou melhor, a pressão do parlamentar não aguente – e ele tenha que se afastar toda vez que houver uma votação decisiva. Caso isso ocorra, a Câmara poderá se privar da atuação de um dos seus mais ilustres membros, que inclusive já chegou a pedir à prefeita Belezinha para dizer publicamente se ele (Marcelo) é ou não governo.
Nesse caso, como Marcelo Menezes ainda não sabe de que lado está, eventuais afastamentos de sua Excelência, ainda que esporádicas e somente em votações decisivas, podem significar um prejuízo sem precedentes tanto para o governo como para a oposição. Por isso, senhores, para o bem de todos e a felicidade geral da nossa província, especialmente da turma do Baleco, reitero aqui o apelo: volte logo, Marcelo!
Ivandro Coêlho, professor e jornalista
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