Segundo depoimento do rapaz, o marido da irmã o segurou para que ela o agredisse
Quinta-Feira, 11 de junho de 2015
Uma mulher ofendeu e esbofeteou o irmão homossexual no Paraná, na noite de terça-feira (9/6), de acordo com o jovem agredido. Thiago Azambuja relatou o incidente em desabafo nas redes sociais. Ele diz que vai registrar Boletim de Ocorrência na polícia ainda na noite desta quinta-feira (11/6).
A história ganhou repercussão depois
que Thiago postou no Facebook uma foto e um texto intitulado “Eu também
fui crucificado”. Com pouco mais 24 horas, já são mais de 31 mil
curtidas e 7 mil compartilhamentos.
O título do desabafo remete à causa da
discussão no Facebook: a atriz transexual ‘crucificada’ na parada LGBT
em São Paulo, no domingo (7/6). A irmã compartilhou um post do pastor
Silas Malafaia, criticando a atriz e alegando “cristofobia” e que seria
sinal do apocalipse.
Thiago, que é homossexual, sentiu-se ofendido e
respondeu em comentário no post da irmã. “Até aqui parece apenas um
conflito de opiniões dentro da família, mas o resultado disso foi além
do que eu esperava de uma mulher cristã”, conta.
Depois do comentário do irmão, ao qual
ela não respondeu, a irmã deletou a publicação, de acordo com Thiago.
No dia seguinte, ela foi à casa de sua mãe, onde mora Thiago, para
terminar a discussão que começou no Facebook. Segundo ele, ela ofendeu o
jovem e o namorado dele, chamando-os de "lixo" e dizendo que gays
deveriam “ser afastados da sociedade”. Quando Thiago revidou as ofensas,
dizendo que “o amor que tanto se prega na igreja ela não prática” e
pedindo que ela saisse da casa, foi surpreendido pelas agressões
físicas.
O marido dela segurou Thiago, enquanto
ela esbofeteava o rapaz, ainda conforme o relato do jovem agredido.
Enquanto isso, o sobrinho, de 9 anos, assistia a briga, e a mãe dos dois
tentava, aos pratos e em vão, interromper as agressões – segundo o
rapaz, a própria mãe não tem problemas com a sexualidade dele. A
reportagem não obteve contato com a irmã e o cunhado de Thiago.
O rapaz termina o relato com um apelo
aos que ainda se questionam sobre a legitimidade do protesto: “Pensem de
novo, vejam o que aconteceu comigo por discordar da opinião de um
cristão, vejam que não são os gays que machucam os cristãos, nenhum gay
vai entrar na casa de um religioso e bater nele por ter suas convicções,
e pensem que poderia ser um filho de vocês no meu lugar, apanhando por
amar assim como Jesus”.
Do Correio Braziliense, edição CN1
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