Terça-Feira, 16 de maio de 2015
Presidente da FAMEM disse ser necessário que os gestores tenham bom planejamento tributário e financeiro para enfrentar a crise.
Levantamento
elaborado pela Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (FAMEM),
com base em informações prestadas pela Confederação Nacional dos
Municípios (CNM) e Receita Federal, revela que, somente neste primeiro
semestre do ano, as cidades maranhenses foram prejudicadas com a perda
de cerca de R$ 38 milhões do Fundo de Participação dos Municípios, cujos
repasses são efetuados pela União.
Na última quarta-feira (10),
foi creditada nas contas das prefeituras maranhenses, referente ao
primeiro decênio deste mês, a quantia de R$ 131,3 milhões. No mesmo
período do ano passado, o valor pago foi de R$ 136,7 milhões, o que
representa uma queda de repasse de 3,95% e uma diminuição de mais de R$
5,4 milhões nos cofres dos municípios.
A situação de crise
financeira das cidades maranhenses pode se agravar, ainda mais, se
confirmadas as previsões da Receita Federal, que apontam que a queda de
repasses para os próximos dois decênios deste mês – dias 20 e 30 – pode
ultrapassar a casa dos 11%.
“Nossa preocupação é de que estas
perdas aumentem, cada vez mais, e inviabilizem as administrações
públicas municipais do Maranhão, que já trabalham praticamente no
vermelho. Além disso, junho é um mês no qual a maioria das prefeituras
inicia o pagamento da primeira parcela do 13º salário. Por conta disso, é
necessário que os gestores tenham um bom planejamento tributário e
financeiro para contornar essa crise e evitar, por exemplo, atraso no
pagamento do funcionalismo e de fornecedores”, afirmou o presidente da
entidade municipalista, prefeito Gil Cutrim (São José de Ribamar).
Janeiro
foi o mês no qual os municípios maranhenses sofreram a maior perda de
repasses do FPM. Foi registrado um decréscimo de R$ 15 milhões nas
contas das prefeituras referente ao mesmo período do ano passado.
Em
fevereiro, a queda de repasses foi orçada em R$ 6,6 milhões. No mês
seguinte, o corte foi de R$ 1,1 milhão. Abril as prefeituras perderam
cerca de R$ 3,6 milhões, encerrando o mês de maio com um déficit
orçamentário, ocasionado pela diminuição dos repasses por parte da
União, de R$ 6,2 milhões.
Gil Cutrim voltou a apontar o pacto
federativo injusto imposto pela União como o fator responsável pela
crise financeira vivida por todos os municípios brasileiros. “Enquanto
não houver sensibilidade e vontade política do Congresso Nacional para
modificar este pacto, os municípios e suas populações continuarão
sofrendo com a perda constante de recursos que poderiam estar sendo
utilizados na execução de novas políticas públicas”.
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