sábado, 9 de maio de 2020

Brasil ultrapassa EUA em mortes de profissionais de Enfermagem por Covid-19

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Enfermeiros e técnicos de enfermagem homenageiam colegas mortos em protesto na Praça dos Três Poderes, em Brasília
O número de profissionais de enfermagem mortos pela Covid-19 no Brasil chegou a 98 na última  quarta-feira (7), segundo dados do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). O número de casos já é maior do que nos Estados Unidos, país mais atingido pela pandemia do novo coronavírus. Lá, se contabiliza 91 mortes, de acordo com levantamento do NNU (National Nurses United).

Em todo o mundo, mais de 260 profissionais de enfermagem já morreram, de acordo com o ICN (International Council of Nurses) e 90 mil estão infectados com a doença.

Dos 98 profissionais de enfermagem mortos pela Covid-19 no Brasil, 25 são enfermeiros, 56 técnicos e 17 auxiliares de enfermagem. Desses, 67% são mulheres. O observatório mostra também que o número total de confirmados com a doença já chega a quase 3 mil profissionais.

“É uma situação grave, que exige medidas imediatas para evitar o adoecimento em massa de profissionais, que pode ser catastrófico não apenas para os diretamente afetados, mas para o próprio sistema de Saúde”, diz Manoel Neri, presidente do Cofen.

Na Espanha, segundo país com mais casos de Covid-19 no mundo, 50 profissionais de saúde morreram até está quarta-feira (7), segundo a Organización Colegial de Enfermería, a entidade máxima que presenta os trabalhadores de enfermagem no país.

“Já existem 50 profissionais de saúde mortos pelo COVID-19. Pedimos a Fernando Simón [médico diretor do Centro de Coordenação e Alertas Sanitárias espanhol] e aqueles que estão na vanguarda desta crise de saúde, pelo menos o mesmo respeito, solidariedade e sensibilidade com os profissionais que os que são mostrados diariamente pelos cidadãos em suas janelas. Eles devem ser os primeiros a encorajar, parabenizar e agradecer por nosso trabalho quando colocamos nossas próprias vidas antes de salvar os doentes, algo que é pedido a muito poucos grupos”, disse o presidente da entidade, Florentino Perez.

O ICN reuniu mais informações de suas Associações Nacionais de Enfermagem, que sugerem que pelo menos 90.000 profissionais de saúde foram infectados e mais de 260 enfermeiros morreram.

O órgão, que reúne mais de 130 conselhos de enfermagem de diferentes países e que tem sede na Suíça, diz que falta transparência por parte dos governos sobre dados e informações da situação dos enfermeiros. Para a entidade, essa falha coloca mais enfermeiras e pacientes em perigo.

“A falta de dados oficiais sobre infecções e mortes entre enfermeiros e outros profissionais de saúde é escandalosa. Enfermeiras e profissionais de saúde foram expostos a um risco maior devido à falta de EPI e à falta de preparação para essa pandemia. Como resultado, vimos taxas de infecção e, tragicamente, as mortes aumentam diariamente. A falha dos governos em coletar essas informações de maneira consistente significa que não temos os dados que seriam adicionados à ciência que poderiam melhorar as medidas de controle e prevenção de infecções e salvar a vida de outros profissionais de saúde”, disse o CEO do ICN, Howard Catton.

No Brasil, somando com os suspeitos, a quantidade de casos reportados ao Cofen soma 11 mil.

Em nota enviada à CNN, o Ministério da Saúde disse que acompanha a situação em todo o país e tem atuado em conjunto com as secretarias estaduais de saúde para apoiar as ações de enfrentamento ao coronavírus, com distribuição de cerca de 80 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs) e 4,7 milhões de testes para, segundo o governo, ampliar a capacidade dos estados no diagnóstico de casos de coronavírus.

Fonte: CNN via site do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN
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