segunda-feira, 18 de julho de 2022

Fachin rebate ataques de Bolsonaro às urnas: "é hora de dizer basta à desinformação e ao populismo autoritário"

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Edson Fachin e Jair Bolsonaro. (Foto: STF | Isac Nóbrega/PR)
Pouco após Jair Bolsonaro discursar contra as urnas eletrônicas, nesta segunda-feira, 18, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, rebateu e chamou o episódio de "encenação". As informações são do portal Brasil 247.

Sem citar o nome de Bolsonaro, ele disse ser preciso dar um 'basta à desinformação e ao populismo autoritário", e classificou a apresentação do chefe de governo a embaixadores reunidos no Palácio da Alvorada como uma tentativa de "sequestrar a ação comunicativa e sequestrar a opinião pública e a estabilidade política".

"Há um inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade importante dentro de um país democrático, e é muito grave a acusação de fraude a uma instituição, mais uma vez, sem apresentar provas", disse Fachin na abertura de um evento da Ordem dos Advogados do Brasil, no Paraná.

Bolsonaro baseou seu discurso no ataque hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante as eleições de 2018. Segundo o chefe de governo, a Polícia Federal disse que os hackers poderiam alterar os dados fornecidos às urnas eletrônicas.

No entanto, o inquérito ao que o chefe de governo se refere não concluiu que houve fraude no sistema de votação em 2018 ou que os resultados das eleições foram adulterados. Segundo o TSE, o acesso dos hackers "não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018".

Segundo Fachin, no caminho rumo às eleições de outubro criam-se "encenações interligadas" como a que "o país está a assistir", em referência ao evento que reuniu Bolsonaro e embaixadores, transmitido em cadeia nacional.

"São eventos órfãos de embasamento técnico e pobres em substância argumentativa, e que violam as bases históricas do contrato social da comunicação, assim como premissas manifestas da legalidade constitucional", disse.

"Essa é a manipulação: tentar sequestrar a ação comunicativa e, desse modo, a opinião pública e a estabilidade política expõem-se a riscos contínuos", apontou Fachin.


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