A Câmara Municipal de São José de Ribamar, presidida pela vereadora Francimar Lima Jacintho, nomeou naquele poder uma advogada que responde na Justiça por acusações relacionadas à injúria racial, ameaça, perseguição, danos ao patrimônio particular, além de outros tantos que configuram num verdadeiro concurso de crimes.
Além disso, de acordo com o que foi denunciado pelo blog do Luís Cardoso, antes mesmo das supostas práticas de injúria racial, a advogada chegou a quebrar o carro dessa mesma empresária por não aceitar o fim do relacionamento com o ex-marido (relembre aqui).
Num vídeo que consta em um dos vários processos criminais a que a advogada responde, ela aparece com pedras na mão caminhando em direção ao automóvel da empresária.
Injúria racial
A denúncia, que tramita em marcha lenta na 5ª Vara Criminal da Comarca de São Luís, foi feita pelo Ministério Público do Maranhão, por meio de ação da 13ª Promotoria de Justiça dos Direitos Fundamentais.
Ainda assim, no ano passado, a advogada chegou a ser presa preventivamente por descumprimento de medida cautelar que a proibia de manter contato com a vítima. Ela puxou quase um mês no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, cuja prisão foi convertida posteriormente em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
Á época, o magistrado lembrou, na decisão pela prisão preventiva, que “diante da repercussão social das práticas perpetradas [havia a] necessidade de se reforçar a credibilidade nas instituições públicas, no combate à criminalidade, [com a] imposição das sanções”.
Os supostos delitos relacionados á injúria racial contra a empresária começaram com uma implacável perseguição, ainda em novembro de 2023 e se estendeu até fevereiro de 2024, mesmo após à concessão da medida cautelar. Por isso, a prisão preventiva.
A perseguição foi efetivada por meio de mensagens de WhtasApp, Instagram, perfis da própria autora e em outros casos, através de fakes criados pela advogada. No começo, ela disparava mensagens que denotavam apenas ciúmes com o namoro da empresária com o ex-companheiro. À medida que a obsessão ia aumentando, ela aumentava o tom das mensagens chegando a proferir falas horrendas sobre o aspecto físico da vítima.
Na denúncia do Ministério Público, a promotora anexou um verdadeiro arsenal de ofensas à vítima cujo conteúdo registrado em prints, muitos laudados por órgãos técnicos de investigações criminais.
Horror das mensagens
Segundo a denúncia, no dia 08/12/2023, a acusada enviou mensagens à vítima utilizando termos injuriosos como “vagabunda, cretina, demônia, intrusa, fedorenta, mulher de baixo nível, vaca, vadia, dentre outros”.
No dia seguinte, ela teria retomado perseguição com a seguinte mensagem: “aposto um dólar que tu usa aplique nesse cabelo. Deve ficar com aqueles nós horrorosos, que quando o boy passa a mão, engata. Fora que deve ser só caspa, de tanto fazer selagem e o cheiro desse cabelo deve ser horroroso de tanto produto químico, ainda assim, a raiz só pela misericórdia”.
Segundo concluiu a promotora, os termos “mulheres negras tinham as partes íntimas fedidas, macaca, pretinha, escrava; a raiz do cabelo revelando as verdadeiras origens. Tu deve feder só a alisante; o cheiro desse cabelo deve ser horroroso de tanto produto químico, são forma de injúria racial, com o nítido intuito de atingir a honra subjetiva da vítima, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro, em razão da cor”.
Mas a perseguição não ficou só no campo virtual. No inquérito encaminhado à Justiça, por meio A Delegacia de Crimes Raciais, Delitos de Intolerância e Conflitos Agrário (Decradi), em 26 de Dezembro de 2023, quando a vítima passeava num shopping de São Luís, Aline chegou ao local e passou a ofender Larissa, chamando-a de macaca, pretinha, escrava e empregada doméstica, conforme consta no Boletim de Ocorrência de número 339587/2023, anexado à denúncia.
Em audiência, conforme registrado nos autos, Aline teria confirmado, em depoimento, sua ida ao shopping, mas negou que tenha chamado a vítima de “macaca”. Ela declarou que apenas se dirigiu a ela por que a teria “confundido com a babá”, com a qual teria uma rixa, cujos fatos constam em outro inquérito na polícia, incluindo suspeita de agressão e injúria racial.
Blog do Luís Cardoso
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