O Maranhão avançou de posição e se tornou o 13º estado com maior número de doadores efetivos do Brasil. Os dados são referentes ao ano de 2024 e confirmam as ações do Governo do Estado e as medidas adotadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Central Estadual de Transplantes (CET-MA), para mostrar a importância da doação de órgãos e tecidos.
"O Governo do Estado segue revolucionando o SUS no Maranhão e isso também perpassa no processo de sensibilização e expansão da Central Estadual de Transplantes, serviço fundamental no resgate de vidas que aguardam por um transplante de órgãos e tecidos em nosso estado. Doar órgãos é um nobre ato e é nesse espírito que continuamente investimos no diálogo com profissionais de saúde e a sociedade para que por meio do ato de amor possamos salvar muitas vidas", disse o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.
Em 2024, a CET-MA conseguiu 56 doadores efetivos de órgãos e outros 179 doadores de córneas. Neste mesmo ano, segundo dados da Central, foram realizados 58 transplantes de rim, 17 de fígado e 461 de córneas. Neste ano de 2025, até o presente mês de maio, o serviço de captação e doação de órgãos e tecidos do Governo do Maranhão conquistou 19 doadores efetivos de órgãos e 75 doadores de córneas, além de 19 transplantes de rim, 8 de fígado e 155 de córneas.
Desta maneira, somando os dois anos, o estado conta com 329 doações de órgãos e tecidos. Até o ano de 2022, o estado ocupava a 27º posição, a última no ranking nacional. O resultado se deve, principalmente, ao Plano de Aceleração de Transplantes implementado pela CET-MA, que está em sua segunda fase.
Entre os objetivos almejados estão a reorganização da rede de credenciados, aperfeiçoar a logística de procura de potenciais doadores, bem como incentivo à ampliação da captação de órgãos com os recursos já existentes, como a implantação de novas Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) e Organizações de Procura de Órgãos (OPO).
Atualmente, o Maranhão conta com 23 CIHDOTTs e uma OPO que funciona no Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), unidade referência de alta complexidade da SES. A previsão é que em junho deste ano seja implantada uma segunda OPO, que funcionará em Imperatriz, no Hospital Macrorregional Drª Ruth Noleto, unidade que também integra a Rede Estadual de Saúde.
"Entre os objetivos para este ano, estabelecemos metas, as quais foram pensadas para avançar ainda mais o transplante no Maranhão. Um bom exemplo é o início do funcionamento da organização de procura de órgãos de Imperatriz, que irá revolucionar a notificação, diagnóstico de morte encefálica, captação de órgãos e, sobretudo, captação de tecidos, permitindo o atendimento para outras regiões do Estado. Além disso, também estabelecemos parcerias estratégicas com a Defensoria Pública do Estado, com o Instituto Médico Legal e o Instituto de Identificação da Secretaria de Segurança Pública, tudo para conceder-nos mais segurança, agilidade e controle dos processos de doação de órgãos e tecidos", disse o coordenador da CET-MA, Hiago Bastos.
Atualmente, 693 maranhenses aguardam por um transplante no estado, sendo 239 de rim, 12 de fígado e 442 de córneas.
Ação integrada
Muito desse avanço se deve ao constante trabalho de capacitação e sensibilização realizado junto aos profissionais que atuam nas unidades hospitalares que integram a Rede Estadual de Saúde. É o caso do episódio ocorrido no Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago, em Pinheiro.
No início deste mês, um paciente de 16 anos, residente no município, vítima de trauma, teve morte encefálica (ME) decretada e graças ao trabalho coordenado da equipe multiprofissional da unidade, bem como à sensibilização da família do adolescente, seis vidas puderam ser salvas naquela ocasião.
"Hoje nossa maior taxa de negativa são dos interiores. Contudo, pelo engajamento da equipe do Hospital Regional de Pinheiro, tanto no cuidado com o paciente, como também na forma carinhosa com que deram amparo à família enlutada, pudemos receber a positiva familiar para a doação múltipla de órgãos", considerou o coordenador Hiago Bastos.
Para que a doação de múltiplos órgãos de Pinheiro pudesse ter o sucesso desejado, foi elaborada toda uma logística, que envolveu desde a confirmação da morte encefálica, diálogo com a família, manutenção do corpo do doador e o traslado do paciente até São Luís para que a captação pudesse ser realizada com sucesso no HCM.
"A equipe da UTI do Hospital Regional de Pinheiro cuidou brilhantemente do caso, com bom atendimento e manutenção adequada. A CIHDOTT da unidade fez a notificação precoce da suspeita de morte encefálica para a CET, que ao saber do caso prontamente acionou a regulação do estado que por conseguinte viabilizou um leito no HCM", detalhou Hiago.
Para um traslado seguro e eficaz, a Central Estadual de Transportes imediatamente liberou transporte de suporte avançado de vida (USA), que juntamente com equipe da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do HCM pode fazer um trabalho impecável na manutenção e cuidado do paciente até a chegada na capital.
Em paralelo à força-tarefa, a OPO do Carlos Macieira, que fez o diagnóstico confirmatório de morte encefálica, viabilizou os exames complementares necessários, além de dar continuidade ao acolhimento da família enlutada. "Foi um trabalho coordenado pela CET, com diversos parceiros do Estado, permitindo salvar muitas vidas e apoiar essa família num momento de dor", concluiu o coordenador Hiago Bastos.
Transplantes
Em março deste ano, o Governo do Maranhão realizou o primeiro transplante de órgãos da rede estadual de saúde. O transplante renal foi realizado no Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM) entre doadores vivos.
O Hospital Dr. Carlos Macieira foi credenciado para realizar retirada e transplante de fígado e rim em dezembro de 2024. O hospital é a primeira unidade de alta complexidade da Rede Estadual de Saúde a executar os procedimentos. A autorização do estabelecimento e das equipes de saúde foi publicada na Portaria nº 2.363, do Ministério da Saúde.
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