“Estão tentando tirar proveito político de uma situação que já está sendo solucionada há dias”, disse o secretário Aluísio.
Por William Fernandes/Blog WF – Luis Carlos Júnior/Blog CN1
Terça-Feira, 27 de agosto de 2013
Terça-Feira, 27 de agosto de 2013
Moradores do Bairro de Fátima (Vila Isamara) sofrem com a escassez de água há mais de dez anos. Os projetos mal executados no passado, que tinham por objetivo de por fim ao problema, tornaram a vida da comunidade um tormento diário.
Nem todas as casas têm água encanada, embora, num passado recente, o governo federal tenha liberado recursos para essa finalidade. Grande parte dos moradores tem que enfrentar filas todos os dias para pegar água em baldes e galões no chafariz da escola do bairro. Bombas antigas, poços com sujeira, estrutura precária, tudo isso vinha se arrastando há anos e dando dor de cabeça aos moradores.
Lá existem três poços artesianos, mas apenas um - o da escola Ana Fortes - está servindo à comunidade. Outro tem água salitrada, imprópria para consumo humano. O terceiro, na Travessa Coelho Neto, vinha sendo alvo de disputas entre os próprios moradores, quanto ao controle do uso da água.
Só recentemente a atual gestão descobriu, através de documentos, que o poço foi construído pela prefeitura em terreno que pertencia ao ex-prefeito Osvaldo Lobo e que teve um pedaço doado ao município, mas que vinha sendo controlado por terceiros e a distribuição de água beneficiava pouco mais de 20 residências, segundo os próprios moradores.
A partir daí, o secretário de Obras providenciou a limpeza do poço e a construção de nova estrutura, para colocar uma caixa com uma capacidade cinco vezes maior, passando de 2 mil, para dez mil litros de água e um alcance maior de residências a serem beneficiadas, saltando das atuais 23 para mais de 60. A estrutura já está pronta, aguardando apenas o período de cura* do concreto, para ser instalada.
Mesmo assim, na semana passada, uma nota dos moradores da Travessa Coelho Neto foi divulgada em carro de som, cobrando providências do poder público. Políticos e segmentos da imprensa deitaram e rolaram em cima desta nota. Ocorre que, segundo o secretário de Obras, a nota foi veiculada dois dias depois que a prefeitura iniciou a limpeza dos poços da Escola Ana Fortes (este já está funcionando desde a semana passada, com uma quantidade maior de torneiras) e da própria Travessa Coelho Neto.
Dona Rosa, de 50 anos, que mora há dez anos em frente ao chafariz da Travessa Coelho Neto, confirmou a presença da equipe da secretaria de obras realizando o serviço de limpeza do poço, antes mesmo de a manifestação acontecer.
Para o secretário, por trás da ação dos moradores, pode estar havendo interferência de alguém com interesses políticos, com o objetivo de prejudicar a administração. Ele não quis revelar nomes, mas disse que já tem pistas suficientes de quem possa estar “patrocinando” as manifestações.
Os blogs WF e CN1 estiveram no bairro na manhã desta segunda e conversaram com moradores da Travessa Coelho Neto. Dona Rosa Maria, disse que os moradores daquela parte do bairro enfrentam o problema há muito tempo e que não aguentam mais passar por isso. Ela conta que já foi a responsável pelo controle da água, mas desistiu porque lhe tomava muito tempo e a prejudicava em seus afazeres, além de enfrentar problemas com outros moradores.
Ouvimos também outra moradora, Francisca. Ela disse que os moradores tinham dado um prazo até esta segunda-feira (26) para o poço voltar a funcionar. Caso contrário outra manifestação seria realizada.
No entanto, o secretário de Obras Aluísio Santos, que está em São Luis, manteve contato, por telefone com Francisca e esclareceu que a estrutura de concreto para o novo sistema de abastecimento, já foi feita, mas só poderá ser montada na próxima sexta-feira (30). O secretário explicou que a estrutura – colunas e base - precisa de um tempo, para “cura” do concreto.
Aluísio lembrou também, que a prefeita Belezinha está empenhada em reestruturar outros poços que estão com problemas, afetando grande parte da população de bairros mais distantes, que não são abastecidos pela Caema.
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* A cura é a fase de secagem do concreto, na linguagem da construção civil. Ela é importantíssima: se não for feita de modo correto, este não terá a resistência e a durabilidade desejadas.
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