O Globo
Quarta-Feira, 02 de dezembro de 2015
A abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, deflagrada nesta quarta-feira pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), ganhou espaço nos sites dos principais jornais do mundo.
Logo após o anúncio de Cunha, o jornal espanhol “El País” colocou o assunto na manchete: “O parlamento brasileiro abre o processo de destituição de Rousseff”, dizia o título. O jornal americano “Washington Post” e o britânico “The Guardian” também repercutiram o tema.
Chamando Cunha de “ultraconservador”, o “El País” contextualizou o ambiente político que desencadeou a aceitação do pedido, com as investigações relacionadas à Operação Lava-Jato e o processo que tramita contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara. “Seu descrédito é completo, já que assegurou, há meses, em uma outra comissão parlamentar e antes de as provas aparecerem em todos os telejornais do Brasil, que não teria nenhuma conta no exterior”, escreveu o jornal. A reportagem também destaca o tom da reação de Dilma, que discursou no início desta noite e, sem citar o nome de Cunha, fez referências indiretas às acusações contra ele.
O “Washington Post” usou uma reportagem da agência de notícias Associated Press (AP). A reportagem classifica Cunha como “inimigo declarado” de Dilma e explica que, após a aceitação do pedido, uma comissão especial será formada para analisar o mérito do caso. O texto cita ainda uma delcração do líder do líder do PT no Senado, Humberto Costa, dizendo que “Cunha criou o nível mais baixo de chantagem que um país pode ver”.
O britânico “Guardian” foi outro jornal a destacar o episódio. O correspondente do jornal no Rio de Janeiro escreveu que o “Brasil deslizou mais profundamente para sua pior crise política no século” depois da decisão de Cunha. A reportagem afirma que o presidente da Câmara realizou “manobras políticas” ao longo de meses e cita a mudança de posição do PT em relação à admissibilidade de seu processo no Conselho de Ética, o que, segundo aliados de Cunha, motivou a abertura do processo.
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