Os pescadores Lucas dos Santos, André Veras Silva e Francisco José Pereira de Araújo estão desaparecidos há um mês no Maranhão. — Foto: Reprodução/TV Mirante
O desaparecimento de três pescadores em Raposa completou um mês nesse sábado (25) sem que nenhuma pista deles tenha sido encontrada. As buscas, que chegaram a ser diárias, foram interrompidas. As informações são do G1 MA.
O comandante operacional do Corpo de Bombeiros diz que as buscas só vão ser feitas novamente quando houver novas informações que possam levar ao local exato do desaparecimento.
"A proporção que os dias e as áreas varridas foram sendo vasculhadas, a gente foi mudando e alterando esse modelo de busca. Hoje a busca é concentrada com pescadores locais e onde o Corpo de Bombeiros entra nesse processo? Se chegar alguma informação pontual e consistente, a gente direciona consistentemente e pontualmente essas operações de busca", disse o tenente-coronel Paulo Andrade.
A espera por notícias dos pescadores ainda motiva as famílias, que questionam a interrupção das buscas rotineiras. Cláudia dos Santos, mãe de um dos desaparecidos, quer que o trabalho continue.
"É uma coisa que a gente não sabe onde está. Gente, é o seguinte. Não deu jeito aqui, a gente vai procurar. Tem que dar uma esperança para a mãe. A gente não pode ficar desse jeito. Fazendo um mês hoje que ninguém tem notícia de nada", relata a mãe do pescador Lucas dos Santos.
A mãe de André Veras, de 37 anos, ainda não perdeu a esperança de reencontrar o filho.
"Não está nada fácil. Tá ruim demais. Eu não estou conseguindo dormir, eu não estou conseguindo comer. Eu queria meu filho. Eu preciso de meu filho vivo", disse Janice Silva, mãe do pescador André Veras.
Janice Silva, mãe do pescador André Veras, sofre pelo desaparecimento do filho — Foto: Reprodução/TV Mirante
As famílias também reclamam da falta de apoio da colônia de pescadores do município, que poderia ajudar as autoridades para que as buscas continuem.
"Por que que vão parar as buscas? Dizer que é a última busca. Por que não tomam a iniciativa deles? São três vidas que estão perdidas", reclama Fernanda Oliveira, tia do pescador Lucas dos Santos.
A presidente da Colônia de Pescadores da Raposa, Zenaide Rodrigues, disse à TV Mirante que a colônia ajuda nas buscas e, sempre que possível, coloca barcos à disposição para ajudar na localização dos três pescadores desaparecidos.
Desaparecidos há um mês
No dia 25 de junho, os pescadores Lucas dos Santos, André Veras Silva e Francisco José Pereira de Araújo saíram em uma embarcação a motor para pescar do Porto do Braga, mas não voltaram.
Segundo a família, um dia após a saída do barco, um outro pescador encontrou um material que era usado pelo grupo em alto mar. Desde então, equipes do Centro Tático Aéreo (CTA), da Capitania dos Portos e dos Bombeiros passaram a fazer buscas por terra e mar.
Trio saiu do Porto do Braga, em Raposa (MA) — Foto: Reprodução/TV Mirante
O perímetro das buscas chegou a mais de 2 mil km², abrangendo áreas de Raposa, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e até Humberto de Campos (ilhas de Santana e Carrapatal), mas nem mesmo o barco deles foi encontrado.
Os bombeiros também criaram uma sala de situação em Raposa para facilitar a logística da operação. No local também eram discutidas ações e estratégias junto com prefeituras e pescadores da região.
No dia 8 de julho, o Centro Tático Aéreo (CTA) encontrou vestígios de materiais de pesca na Ilha de Curupu e na Baía de Cangatá, mas não houve confirmação se eram dos pescadores desaparecidos.
Após o achado, as buscas foram redirecionadas para uma parte mais rasa do oceano, mas também não trouxeram nenhum novo vestígio dos pescadores.
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