OPINIÃO!
A Constituinte de 1988 tinha a alma democrática e o coração voltado para proteger os desprotegidos. Criou-se, como consequência, um sistema de proteção social que incluía saúde gratuita para todos, o SUS, e a proteção financeira para todos, o BPC, o Benefício da Prestação Continuada.
Logo no primeiro governo pós-constituinte, a regra não foi cumprida integralmente e o SUS não recebia o que era devido. O tempo priorizou os planos de saúde que se multiplicaram e levaram para médicos, clínicas e hospitais privados quem deveria ser atendido pelo SUS.
Nos municípios o sistema próprio era descuidado pelos prefeitos, hospitais antigos sobreviviam sem equipamentos, os novos que foram construídos não tinham como se sustentar.
Postos de saúde na zona rural, sem equipamentos e sem médicos, não respondiam ao mínimo. O programa “Mais Médicos”, da Dilma focava esse público. Os médicos cubanos moravam nos povoados.
Embora a presença deles não significasse nenhuma perda para os médicos brasileiros, nem concorrência, pois atuavam exclusivamente na zona rural, o programa foi combatido com todo vigor pelas entidades médicas e acabou.
Os municípios ficaram com enormes dificuldades para atender seus habitantes. A equivocada solução do governo estadual, de controlar a saúde municipal, também não funcionou.
Os hospitais de 22 leitos, construídos em pequenos municípios estavam acima das possibilidades de serem custeados.
O SUS continuava perdendo recursos, as transferências federais eram insuficientes, decrescentes.
Enquanto isso, os planos de saúde privados bombavam e ocupavam a rede particular. Ao invés de transferir para o SUS o Ministério da Saúde transferia os recursos para o setor privado.
Assim a pandemia nos encontrou.
Os municípios não testavam e limitavam-se a comprar máscaras.
Os doentes eram tratados com o protocolo do Ministério da Saúde, do Bolsonaro, baseado na cloroquina.
O tratamento precoce passou a er administrado em todo lugar, para todos os pacientes. Muitos passaram a se cuidar em casa, por conta própria. E o tratamento precoce, sugerido pelo Presidente prevaleceu.
Os médicos não têm nenhuma responsabilidade pela prescrição.
Não serão nunca processados pelo tratamento. Consegue-se receita na internet, compra-se nas promoções das farmácias.
É o Brasil do jeitinho...
Em meio a tudo isso, Bolsonaro gastou 90 milhões com o tratamento sem efeito, o que daria para comprar 3 milhões de vacinas. Agora descobre-se que a saída é vacinar. O problema é que não temos vacinas, não compramos no momento certo.
E mais uma vez a sensação é de
“Salve-se quem puder”!
GASTÃO VIEIRA
DEPUTADO FEDERAL (PROS)
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