segunda-feira, 12 de abril de 2021

Perdemos o “trem” da vacina; por Gastão Vieira, deputado federal

Compartilhar


OPINIÃO!

A Constituinte de 1988 tinha a alma democrática e o coração voltado para proteger os desprotegidos. Criou-se, como consequência, um sistema de proteção social que incluía saúde gratuita para todos, o SUS, e a proteção financeira para todos, o BPC, o Benefício da Prestação Continuada.

Logo no primeiro governo pós-constituinte, a regra não foi cumprida integralmente e o SUS não recebia o que era devido. O tempo priorizou os planos de saúde que se multiplicaram e levaram para médicos, clínicas e hospitais privados quem deveria ser atendido pelo SUS.

Nos municípios o sistema próprio era descuidado pelos prefeitos, hospitais antigos sobreviviam sem equipamentos, os novos que foram construídos não tinham como se sustentar.

Postos de saúde na zona rural, sem equipamentos e sem médicos, não respondiam ao mínimo. O programa “Mais Médicos”, da Dilma focava esse público. Os médicos cubanos moravam nos povoados.

Embora a presença deles não significasse nenhuma perda para os médicos brasileiros, nem concorrência, pois atuavam exclusivamente na zona rural, o programa foi combatido com todo vigor pelas entidades médicas e acabou.

Os municípios ficaram com enormes dificuldades para atender seus habitantes. A equivocada solução do governo estadual, de controlar a saúde municipal, também não funcionou.

Os hospitais de 22 leitos, construídos em pequenos municípios estavam acima das possibilidades de serem custeados.

O SUS continuava perdendo recursos, as transferências federais eram insuficientes, decrescentes.

Enquanto isso, os planos de saúde privados bombavam e ocupavam a rede particular. Ao invés de transferir para o SUS o Ministério da Saúde transferia os recursos para o setor privado.

Assim a pandemia nos encontrou.

Os municípios não testavam e limitavam-se a comprar máscaras.

Os doentes eram tratados com o protocolo do Ministério da Saúde, do Bolsonaro, baseado na cloroquina.

O tratamento precoce passou a er administrado em todo lugar, para todos os pacientes. Muitos passaram a se cuidar em casa, por conta própria. E o tratamento precoce, sugerido pelo Presidente prevaleceu.

Os médicos não têm nenhuma responsabilidade pela prescrição.

Não serão nunca processados pelo tratamento. Consegue-se receita na internet, compra-se nas promoções das farmácias.

É o Brasil do jeitinho...

Em meio a tudo isso, Bolsonaro gastou 90 milhões com o tratamento sem efeito, o que daria para comprar 3 milhões de vacinas. Agora descobre-se que a saída é vacinar. O problema é que não temos vacinas, não compramos no momento certo.

E mais uma vez a sensação é de

“Salve-se quem puder”!

GASTÃO VIEIRA 
DEPUTADO FEDERAL (PROS)
Compartilhar

Author: verified_user

0 comentários: