Portal CN1, com informações CBMMA
A relação entre o ser humano e seu animal de estimação deve ser de confiança sempre. Essa característica é ainda mais intensa quando o pet tem a missão, junto a seu dono, de salvar vidas. Esse é o trabalho de Flecha, uma cadela da raça border collie que, desde 2020, integra o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) e já participou de missões de resgate nas cidades de Petrópolis, no Rio de Janeiro, e Pernambuco, em Recife.
A cachorra-bombeiro, a primeira de busca atuante na corporação, é treinada pela primeira-tenente Sarah Raquel Pinto Alves e sua equipe. Esse mês, Flecha ganhou Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate, realizada pelo Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (LIGABOM), em Fortaleza, Ceará.
“Nós duas somos uma só. Eu dependo dela para trabalhar e eu tenho que confiar nela e essa é uma confiança que vai se desenvolvendo ao longo dos anos, ao longo dos treinos, das percepções. É necessário ter confiança”, pontuou primeira-tenente Sarah Raquel Pinto Alves.
A certificação habilita a dupla para atuar nas três modalidades de busca executadas: rural, urbana e por restos mortais. Flecha tem cinco anos de idade e é considerada experiente em missões de resgate. Para a busca de pessoas mortas, o cão é submetido a treinamento diário para sentir diferentes cheiros de corpos em decomposição.
A relevância dos cães de busca para as corporações militares foi muito tratada na tragédia do rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, quando os cães foram fundamentais para encontrar boa parte das vítimas que desapareceram na lama de rejeitos.
O faro e a audição aguçados são elementos que os fazem diferenciados para o trabalho de busca e o fator tempo é crucial em tais operações, sendo os cães são tão essenciais para essas atividades. Pela capacidade olfativa natural, os cães detectam a presença da vítima mesmo que oculta em cenários onde o simples deslocamento para humanos seja dificultoso.
“Uma das modalidades que ela atua é de buscas em área rural. Ela não é daquele tipo de cachorro que a gente dá a roupa e ela sai a procura da pessoa. Mas a gente consegue fazer uma varredura numa área pra identificar se a pessoa está ali”, disse Sarah Raquel.
Nesse tipo de operação, Flecha já participou de diversas ações de buscas no estado para buscar idosos, indígenas e até crianças desaparecidas, sendo a maioria das buscas com êxito.
“A atividade dos cães é relacionada à leitura do condutor com o cão. Qualquer emoção, ansiedade, preocupação, o cachorro consegue ler do condutor e é preciso estar muito bem em sintonia para que o trabalho ocorra bem”, contou a primeira-tenente.
O trabalho de treinamento de Flecha não é de competência somente da primeira-tenente Sarah. O grupo é composto ainda pelos sargentos Alberto, Monica e Raquel, além de outras pessoas que cooperam com os mais diferentes treinos pelos quais a cachorra passa diariamente para que vidas sejam resgatadas quando houver a necessidade.
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