terça-feira, 8 de julho de 2025

Paciente segue tratamento no Hospital Dr. Carlos Macieira após três meses de transplante

Compartilhar

A paciente Maria Gorete dos Santos Castro, de 39 anos, retornou ao Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), em São Luís – unidade do Governo do Maranhão vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES) – para mais uma etapa do acompanhamento pós-operatório do transplante renal realizado há três meses e 13 dias. Natural do município de Rosário, ela foi a primeira paciente a ser submetida a transplante de rim entre doadores vivos na rede estadual de saúde do Maranhão.

O procedimento, considerado um marco no atendimento de alta complexidade da rede pública estadual, foi realizado em 23 de março de 2025, quando Maria Gorete recebeu o rim do irmão, Luís Carlos Santos Castro, de 42 anos.
Para Maria Gorete, o transplante representou um recomeço. “A minha vida mudou. Antes era muito sofrimento, muita limitação. Hoje posso me alimentar melhor, tomar água, fazer xixi normalmente. E o mais importante: não preciso mais acordar de madrugada várias vezes na semana para fazer hemodiálise. Sou muito grata a Deus, ao meu irmão e a toda a equipe que me acompanha”, desabafou a paciente.
O secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, acompanhou o retorno da paciente e destacou o impacto da medida para os maranhenses. “Ampliar o acesso a procedimentos como o transplante é um compromisso com a vida. Hoje, graças ao trabalho das equipes e à sensibilidade do Governo do Maranhão, temos uma estrutura pública preparada para oferecer esse tipo de cuidado especializado, com segurança e dignidade”, disse Tiago Fernandes.
O acompanhamento dos pacientes transplantados é intensivo nos primeiros meses após a cirurgia. No primeiro mês, as consultas são semanais; depois, passam a ser quinzenais e, a partir do sexto mês, tornam-se trimestrais. Nesse intervalo, além do monitoramento clínico, os pacientes recebem os imunossupressores fornecidos pelo sistema público, com validade de três meses. Por isso, o retorno periódico é necessário para garantir a continuidade do tratamento, a boa evolução clínica e o sucesso do transplante a longo prazo.
A nefrologista Juliana Etz, que acompanha Maria Gorete, confirmou a boa evolução no pós-operatório. “Ela completou três meses de transplante no último dia 26 e, desde o início, apresentou boa diurese, o que é um indicativo essencial do funcionamento do rim. A creatinina caiu bastante e se mantém em níveis ótimos. Esse primeiro ano exige vigilância constante por conta do risco de infecções, já que os pacientes tomam medicações imunossupressoras. Ela vem respondendo muito bem, sem intercorrências e com adesão total ao tratamento”, explicou a médica.

Atualmente, 93 pacientes estão em acompanhamento no HCM para a realização dos exames e etapas necessárias que antecedem a inclusão na lista de espera por transplante renal. De acordo com a Central Estadual de Transplantes do Maranhão (CET-MA), 247 pessoas aguardam por um rim. Na lista de transplantes, estão ainda 362 pessoas esperando por córnea, 18 por fígado e uma por coração. De janeiro a maio de 2025, o estado contabilizou 31 doadores efetivos, com 30 transplantes de rim, 11 de fígado e 202 de córnea.

Autorização

A realização do transplante foi possível após o credenciamento do HCM, unidade da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), junto ao Sistema Nacional de Transplantes. A autorização foi oficializada na Portaria nº 2.363 do Ministério da Saúde, em dezembro de 2024, e habilita a unidade para retirada e transplante de rim e fígado.

O hospital conta com duas equipes especializadas: uma composta por urologistas e nefrologistas; e outra, por hepatologistas clínicos e cirurgiões do aparelho digestivo. Elas atuam em conjunto com a Organização de Procura de Órgãos (OPO-HCM) e com a UTI Transplante, a primeira do Maranhão com foco exclusivo no cuidado intensivo de pacientes transplantados.

Todos esses investimentos trazem mais esperança para quem precisa de um procedimento desse porte. Para Maria Gorete, o transplante foi uma renovação da esperança. “Minha vida mudou. Antes era só hospital, hemodiálise. Sou muito grata a todos os profissionais que cuidam de mim desde o primeiro dia”, concluiu.






Compartilhar

Author: verified_user

0 comentários: