Os avanços do Governo do Maranhão na área dos transplantes foram destacados nessa quarta-feira (24) durante sessão solene realizada no Plenário Nagib Haickel da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (ALEMA). A sessão, mobilizada pelo deputado estadual Florêncio Neto, ressaltou a atuação do serviço, que tem transformado a realidade do transplante no estado.
O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, tem ampliado o acesso da população a procedimentos de alta complexidade, reduzindo o tempo de espera na fila e garantindo mais qualidade de vida a pacientes. Esses resultados demonstram o compromisso da gestão estadual com a saúde pública e com o fortalecimento da política de transplantes.
No estado, a Central Estadual de Transplantes (CET-MA) é responsável por coordenar e organizar todo o processo de doação e transplante de órgãos e tecidos. A CET gerencia a lista única de receptores, acompanha as captações desde a notificação do doador até a logística de transporte, orienta e capacita equipes hospitalares, além de promover campanhas educativas.
Representando o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, a superintendente estadual de Regulação da SES, Talita Pereira Veiga, destacou a importância do ato de doar. “Este é um momento de grande relevância. Setembro é especial porque nos permite comemorar e reforçar a pauta da doação de órgãos e tecidos. Ao longo desses 25 anos, a Central Estadual tem desempenhado papel essencial na luta por salvar vidas, transformando, por meio de uma abordagem sensível e humanizada, o luto das famílias em esperança para quem aguarda um transplante”, afirmou.
A solenidade no plenário da ALEMA destacou as conquistas recentes obtidas pelo serviço ao longo dos anos, em especial desde 2022, quando o governador Carlos Brandão assumiu a chefia do Executivo estadual. Entre os pontos levantados está o Plano de Aceleração de Transplantes, que garantiu ao Maranhão a saída da última posição (27ª) no ranking nacional de doadores efetivos para a 11ª.
“O Maranhão segue ocupando a 11ª posição no número absoluto de doadores efetivos. Já conseguimos ultrapassar tudo o que foi feito no ano de 2024 inteiro em relação a transplantes de rim, fígado e múltiplos órgãos. A nossa expectativa é fechar o ano de 2025 prestes a zerar a fila de córnea, algo histórico no Maranhão, graças à abertura de novos pontos de captação. A fila de córnea, sobretudo, tem reduzido cada vez mais. Tínhamos mais de 1.200 pessoas em 2022, agora estamos com 280”, destacou o coordenador da CET-MA, Hiago Sousa Bastos.
Além do avanço de posições no ranking nacional, também foram ressaltadas as capacitações de profissionais de saúde para uma abordagem humanizada junto a famílias potenciais doadoras, a criação de novas Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) e de Organizações de Procura de Órgãos (OPO), além da liberação, por parte do Ministério da Saúde, do Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM) — referência estadual em alta complexidade no SUS — para atuar como unidade transplantadora.
Acompanhando a solenidade, a adolescente Lara Martins, de 14 anos, foi beneficiada com transplante de córnea do olho esquerdo. Quando tinha 10 anos, ela foi diagnosticada com conjuntivite bacteriana, que evoluiu para um seroma na córnea, sendo necessário o transplante.
“Eu acredito que, quando a gente perde um familiar, por mais que esteja triste, tem que pensar que podemos fazer a vida de outras pessoas mais feliz. Mesmo triste, a gente pode ajudar os outros a ficarem felizes. Foi o que aconteceu comigo. Existe uma família que perdeu um parente que amava, mas que esteve disposta a doar, e é por isso que hoje eu enxergo”, compartilhou Lara.
Idealizador da homenagem, o deputado estadual Florêncio Neto afirmou que a presença do debate sobre o incentivo à doação de órgãos dentro do Parlamento aumenta a visibilidade do tema. “Faz com que a gente dê a visibilidade que o assunto precisa ter. É importante que esse tema seja desmistificado, que alguns tabus caiam e que seja algo comum nas nossas rodas de conversa entre amigos e familiares. A Central faz um trabalho muito correto e sério, e os números aqui no Maranhão estão aí para provar. Ao publicizar o tema, fazemos com que mais maranhenses se familiarizem com ele, gerando mais doadores e, consequentemente, mais transplantes no nosso estado”, finalizou.
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