segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Três dos cinco últimos secretários de Administração Penitenciária do MA são de oposição aos Sarneys

Compartilhar






Grupos de oposição a governadora Roseana Sarney (PMDB), ligados diretamente ao comunista Flávio Dino – que comanda e também participa da iniciativa, vêm diariamente se aproveitando da situação, de forma criminosa, para ganhar vantagem política, devido a proximidade da eleição ao governo estadual, em outubro próximo.


Atual7
Segunda-Feira, 06 de janeiro de 2014

Hoje oposição para salvar o mandato, Raimundo Cutrim foi quem mais permaneceu à frente da Pasta e nada fez: foram quase 10 anos. Foto: Felipe Klamt / Agência Klamt
AGORA GRANDE SECRETÁRIO Hoje oposição e ao lado de Dino para salvar o mandato, Raimundo Cutrim foi quem mais permaneceu à frente da Pasta e nada fez: foram quase 10 anos. Foto: Felipe Klamt / Agência Klamt

Eleições 2014. Diante do caos instalado no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, grupos de oposição a governadora Roseana Sarney (PMDB), ligados diretamente ao comunista Flávio Dino – que comanda e também participa da iniciativa, vêm diariamente se aproveitando da situação, de forma criminosa, para ganhar vantagem política, devido a proximidade da eleição ao governo estadual, em outubro próximo.
Neste sentido, desde que voltou a explodir a crise no setor, a primeira tomada foi apontar a peemedebista e seu secretário de Justiça e Administração Penitenciária, Sebastião Uchôa, como únicos e exclusivos culpados pelas fugas e rebeliões nos presídios do Estado. Levantamento feito pelo jornalista Zeca Soares e pelo Atual7 mostra, porém, que a situação já era vivida na época em que a atual oposição era situação, quando os ex-governadores José Reinaldo Tavares, o ‘Zé’ (PSB), e Jackson Lago (PDT) é quem sentavam na cadeira mais alta do Executivo Estadual.
Segundo o levantamento, das cinco últimas pessoas a assumirem o comando do Sistema Prisional do Maranhão, três são de oposição ao grupo Sarney, e também não conseguiram controlar ou acabar com as facções criminosas, nem mesmo evitar fugas e rebeliões no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Além de Sebastião Uchôa, atual secretário, passaram pela Sejap/MA nomes como o do neo-comunista Raimundo Cutrim – que comandou o sistema por quase dez anos (1997/2006); o advogado Sálvio Dino de Castro e Costa Júnior (2006-2007), irmão do presidente da Embratur, Flávio Dino; e Eurídice Vidigal (2007-2008), esposa do ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Edson Vidigal.
Sergio Victor Tamer, que sentou na cadeira antes de Uchôa, entrou em 2008, permanecendo no cargo até fevereiro do ano passado, após indícios de envolvimento num forte esquema de corrupção carcerária.
Quando comandou a Administração Penitenciária, a marca deixada por Cutrim foi a vergonha nacional enfrentada pelo Maranhão, que via os primeiros banhos de sangue e as primeiras cabeças sendo separadas dos corpos dos detentos de Pedrinhas. Por permitir a entrada de PMs para exterminar os rebelados, o ex-secretário ganhou fama e prestígio junto à caserna, o que o levou a candidatar-se a deputado estadual; e eleito. Antes de se tornar parlamentar, o agora deputado do PCdoB ainda exerceu a Secretaria de Segurança Pública, período em que o PCM (Primeiro Comando do Maranhão) se instalou no Estado.
Contratação ilegal de  empresas com valores que ultrapassam R$ 15,7 milhões motivou ação do MP/MA e queda de Eurídice Vidigal. Foto: Reprodução
SEM LICITAÇÃO Contratação ilegal de empresas com valores que ultrapassam R$ 15,7 milhões motivou ação do MP/MA e queda de Eurídice Vidigal. Foto: Reprodução
Na época de Dino, o irmão do presidente da Embratur, várias discussões em torno dos problemas do sistema penitenciário do Maranhão foram realizadas em Brasília. A principal busca era – como ainda é hoje – por soluções para a superlotação. A custódia de presos em delegacias de polícia [algo que é comum a todas as unidades da Federação] e a precariedade das instalações físicas dos presídios também dominavam o sistema que o irmão do pré-candidato oposicionista não conseguiu resolver.
A situação, pior que a atual por causa da ‘herança maldita’ deixada por Cutrim, dificultava até mesmo a negociação para a transferência de presos de alta periculosidade para as penitenciárias federais que ainda seriam inauguradas, no Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.
Já quando Eurídice é quem comandava a Segurança e prometeu a implantação de ‘delegacias comunitárias’ na capital e em outros municípios, a única novidade no setor foi a mudança do nome da Pasta e de que ela foi assaltada.
Quando a esposa de Edson Vidigal esteve à frente da Secretaria de Segurança Cidadã – o nome dado por ela à Administração Penitenciária na época, o então delegado-geral da Polícia Civil, Jefferson Portela, chegou a ser exonerado por Jackson Lago após criticar a contratação de serviços de consultorias privadas, sem licitação, pela gestão da esposa do ex-ministro, que deixou o cargo jurídico para servir de candidato laranja de Lago, nas eleições de 2006.
Como Tamer, Eurídice Vidigal também foi substituída após suspeita de envolvimento em corrupção.
Compartilhar

Author: verified_user

0 comentários: