Segundo o Ipea, o país atingiu os melhores resultados nesses quesitos.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Novo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que o Brasil bate recorde em crescimento de renda, além da diminuição da desigualdade e queda dos níveis de pobreza. No ano de 2024, o país atingiu os melhores resultados nos quesitos renda, desigualdade e pobreza de toda a série histórica do IBGE, iniciada em 1995.
Em três décadas, a renda domiciliar per capita cresceu cerca de 70%; a desigualdade (medida pelo grau de concentração de renda) caiu quase 18%; e a extrema pobreza, que antes atingia um quarto da população, foi para menos 5% dos brasileiros.
Mas esse avanço não foi constante. O maior crescimento aconteceu entre 2003 e 2014, e voltou a ganhar força entre 2021 e o ano passado. Entre 2014 e 2021, houve recessão, lenta recuperação e a pandemia de covid. Em 2021, por exemplo, a renda por pessoa estava no nível mais baixo da década. Em três anos, a renda média real cresceu mais de 25%.
Segundo os autores da pesquisa, Pedro Souza e Marcos Hecksher, alguns fatores contribuíram para esse aumento: mercado de trabalho aquecido e expansão de programas sociais. Apesar disso, o estudo do Ipea, com dados até o ano passado, também aponta que os efeitos das transferências assistenciais vêm diminuindo, o que pode significar o fim de um ciclo de expansão. Isso significa que o mercado de trabalho aquecido mantém uma forte influência sobre a melhora dos indicadores.
Outra ponderação dos pesquisadores é que, mesmo com o nível de extrema pobreza – pessoas que vivem com menos de US$ 3 por dia – tenha sido o mais baixo da história em 2024, cerca de 26% da população ainda vivia com até US$ 8,30 por dia, ou seja, abaixo da linha de pobreza.
Gabriel Correa / Rádio Nacional/Agência Brasil

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