quarta-feira, 2 de setembro de 2020

OMS: autorização emergencial para vacina contra Covid-19 exige cuidado

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Vacina contra a Covid-19 tem sido muito esperada. Foto: Itamar Crispim / Fiocruz
As autorizações para uso emergencial de vacinas contra a Covid-19 precisam de "uma grande dose de seriedade e reflexão", afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS), após os Estados Unidos anunciarem que estão avaliando acelerar o processo para algumas candidatas.

Embora todos os países tenham o direito de aprovar os medicamentos sem concluir os testes completos, "não é algo que se faz de maneira leviana", disse ontem (31), em Genebra, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, em um pronunciamento à imprensa.

O chefe da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) disse que estaria disposto a contornar o processo normal de aprovação para autorizar uma vacina da Covid-19, assim que as autoridades estiverem convencidas de que os benefícios superam os riscos.

A Rússia já concedeu aprovação regulatória para uma vacina contra o novo coronavírus neste mês, após menos de dois meses de testes em seres humanos, levando alguns especialistas do Ocidente a questionarem a segurança e a eficácia do medicamento.

Conjunto de dados
A abordagem preferencial da OMS seria por meio da obtenção de um conjunto de dados completos que poderiam ser utilizados para uma pré-classificação das vacinas, disse Swaminathan.

A OMS então consideraria a eficácia e segurança de cada um dos medicamentos com base em cada caso, acrescentou a cientista.

A OMS já utilizou remédios experimentais para combater o ebola na África, uma medida que se mostrou bem-sucedida, afirmou Mike Ryan, diretor do Programa de Emergências da entidade.

Mas ele ressaltou que a abordagem para acelerar o processo sem os testes completos necessita de monitoramento intensivo e trabalho de acompanhamento de segurança, e deve ser suspensa imediatamente caso ocorram problemas.

"Se você avança muito rápido para vacinar milhões de pessoas, você pode perder alguns efeitos adversos", acrescentou Ryan.

Agência Brasil 




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